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Cantar na Igreja é uma forma de Louvar a Deus.
Há outras : o dom da nossa vida é um louvor a Deus, Carta aos Romanos 12 : 1; a oferenda dos nossos recursos é outra. E há mais ...
Cantar na Igreja é uma forma de Oração.
A Oração em si mesma, íntima ou oral, é, por isso, um louvor igualmente.
Cantar na Igreja é uma forma de Pregação, afirmando a nossa Fé, os seus Fundamenos, de forma explícita, clara.
Atualmente multiplicam-se os cantares ( até lhes chamam "canções" ), na Igreja, com expressões enfáticas e frases "esprituais" de esitlo poético, metafórico, por vezes tentando imitar os Salmos mas sem expressar com clareza as Verdades da Fé e da Revelação de Deus. Banalizam as coisas de Deus, tornam-nas triviais. Dizem as Verdades por "meias palavras" sem as explicitar, sem as completar ...
Cantar na Igreja é Formar e Ensinar.
Cantar na Igreja é Harmonia, Dignidade, Beleza, Correção.
Não pode ser intensidade dos sons, e acordes repetitivos.
Está-se diante de Deus !
Carta de Paulo aos Efésios 5 : 19 a 21.
As palavras existem como um dos meios com que Deus criou os Seres humanos, para comunicarmos.
Para comunicarmos uns com os outros, no seio da Humanidade.
E para comunicarmos com Deus !
Só que ... muitos dos Seres humanos, na sua relação com Deus, são surdos-mudos !
Lastimável ... !
As palavras são um código, oral e escrito, que nos é ensinado quando vimos ao mundo.
E existem integradas em contextos de sentido, na fala e na escrita. Cada Língua com o seu código, evidentemente. Génesis 11 : 1 a 9.
As palavras não existem apenas porque estão nos Dicionários. Aí são meros registos sistémicos.
As palavras existem porque as usamos, porque precisamos delas, porque nos servem, indispensavelmente !
As palavras variam de sentido conforme os locais, conforme o tipo e o nível de fala, conforme as pessoas a quem nos dirigimos, nossos interlocutores, etc.
Vem isto a propósito do termo CANÇÃO que vai aparecendo nos textos de Louvor a Deus, nas Igrejas.
No Brasil pode ter os sentidos que os brasileiros lhe queiram dar.
Em Portugal o termo "canção" aplica-se a uma melodia ligeira, acompanhada de letra poética de diversão, de entretenimento, ou expressando sentimentos vulgares de afeto, de comentário à vida.
Será admissível louvar Deus com "canções" ?
Porque não ? Perguntam alguns.
Não disponho de razões para contrariar o uso de melodias de cunho secular, mas com letras de louvor a Deus.
Contudo...
Contudo, na Ireja não me sinto bem cantando "canções" !!
Na Igreja cantamos Cânticos. Cantamos Hinos.
Seria risível chamarmos de "cânticos" a melodias emitidas nos "media" ou em espetáculos ligeiros de festa mundana.
Por outro lado, parece-me insensato pretender louvar Deus, na Igreja, com "canções".
Canções são próprias de ambientes populares seculares de festividade ou de espetáculo.
Sejamos sóbrios, retos e refletidos no vocabulário que usamos.
«A Palavra de Cristo habite em vós
abundantemente,
em toda a sabedoria,
ensinando-vos
e admoestando-vos uns aos outros
com salmos hinos
e cânticos espirituais,
cantando ao Senhor
com graça
no vosso coração.»
Carta de Paulo aos Colossenses 3 : 16.
O LOUVOR, e os CÂNTICOS, na IGREJA
Princípio 1. Escolher cânticos cujas palavras não sejam ambíguas e comuniquem uma mensagem clara do Evangelho. Louvar a Deus tem por modelo as Escrituras. ( Por vezes certos cânticos a igreja poderiam até ser cantados a uma namoradinha; ou a outros “deuses” quaisquer… )
Princípio 2. Evitar coros curtos e repetitivos sem conteúdo teológico. Não se trata de criar atmosferas emocionais.
Princípio 3. Encontrar o equilíbrio sensato e espiritual entre conteúdos subjetivos e pessoais e os que descrevem factos objetivos, espirituais.
Princípio 4. Não esquecer que os cânticos têm por finalidade instruir e exortar em toda a sabedoria. Não apenas expressar sentimentos.
Princípio 5. Louvar a Deus é um Ministério da Palavra. Poderoso. Tem por paralelo a Pregação ! Convém que haja uma constante e apurada preparação, por parte dos músicos e cantores.
Princípio 6. Porque se escolhe este ou aquele coro ? Porque e melodia é cativante ? Porque há já tempo que não é cantado ? Ou porque é apto a instruir e a abençoar a Assembleia ?
Princípio 7. Cada igreja tem na sua história cânticos que a formaram. Muito ricos espiritualmente. Por vezes com décadas de passado ! Não esquecê-los.
Princípio 8. Ter cuidado com o nível linguístico e a ortografia do que se propõe cantar. Isso pode honrar, ou pode desonrar o Senhor perante quem cantamos.
Princípio 9. Se o coração do animador ou do monitor do Louvor - e da sua equipa -não ardem para com Deus, a Assembleia não beneficia espiritualmente … É o Espírito de Deus que nos faz e que nos leva a cantar !
( Adaptado e traduzido de “EVANGILE 21”; junho 2017 )
Nós, os mais antigos, constatamos a evolução dos conteúdo dos Hinos e dos Cânticos de Louvor da Igreja.
Estamos perante uma involução ? Portanto, de uma tendência retrógrada ?
É uma questão que aqui deixo com muita apreensão.
O comentário crítico que fazemos é que os Hinários antigos estão cheios de Letras de Hinos e Cânticos com conteúdos solenes, de sentido teológico e doutrinário profundo.
E ao mesmo tempo de sólida formulação espiritual. Na sua maioria, claro. Contribuindo para o crescimento, para o enraizamento da Fé e da vida cristã dos crentes.
Lendo aquelas letras ( muitas delas, repito ) e acompanhando a linha melódica que as suporta musicalmente, sentimos a força do Louvor de há umas décadas, e esse Louvor era uma expressão muito forte da Gratidão e da Entrega ao Senhor.
Que longe estamos hoje dessa pujança do Louvor da Igreja de Cristo de há uma ou duas gerações ... !
Sinais dos Tempos ?
O Senhor o sabe.
1ª Cor. 14 : 15.
De uma ponta a outra do mundo evangélico, damo-nos conta, há uns anos já, de que aquilo que se canta a Deus, nos Cultos, tem muitas deficiências e lacunas.
Há exceções. Certamente. Graças a Deus.
Mas devem ser detetados esses aspetos negativos. Têm de continuar a ser assinalados.
O Povo de Deus é chamado a ser consciente desse novo estilo de louvor, superficial, que não favorece a maturidade espiritual.
São muitos já os que, através dos anos, vão denunciando e clamando contra essa corrente atual, pós-moderna, a qual pretende talvez "desconstruir clichés" considerados do passado. Mas substituindo-os por conteúdos espiritualmente inconsistentes, pobres em fundamentos bíblicos.
As letras, os conteúdos dos cânticos avançam, por exemplo, com imagens e com estruturas que, por ficarem sem explicitações ( em termos semânticos, linguísticos ) acabam por parecer simples "mantras" que as pessoas proferem, por vezes com atitudes de enlevo carismático, mas que comunicam - esses conteúdos - uma noção vaga, superficial, curta, daquilo em que se crê, daquilo que se pretende e se deve afirmar ousada e fortemente, na Igreja de Deus, daqullo em que cremos radicalmente na Igreja de Cristo.
Cantam-se e proferem-se muitas vezes conceitos que por serem vagos e por não serem - repito - acompanhados, no seu contexto frásico, de expressões que os clarifiquem e tornem bem definidos em relação aos fundamentos da Fé, acabam por não se diferenciarem de doutrinas erradas. E podem até parecer darem apoio a esses erros.
Não encontramos, ou muito raramente vemos explicito nos coros e cânticos que nos fazem cantar nas igrejas evangélicas, mênção e gratidão a Deus pelas inúmeras Propmessas divinas que percorrem as Escrituras, a Bíblia.
Mais : É raro verem-se referências ao sangue de Cristo vertido na Cruz como preço da nossa redenção ! 1ª Cor 6 : 20; 7 : 23.
É raríssimo que se louve o Senhor e Cristo pela sua Segunda Vinda.
Não vejo nunca, nesses coros e cânticos, referir o pecado, e um apelo ao arrependimento frente à Graça divina.
Não vejo louvar a Deus pela Palavra escrita que fundamenta a nossa Fé.
Não topo com referências à Vitória do crente através do Poder da Fé e do Espírito Santo.
Naquilo que canto na Igreja não quero poesia sugestiva, nem metáforas poeticas sugerindo verdades.
Não quero cantar ideias bonitas e de larga aplicação espiritual, com conceitos mal definidos e até ambíguos, de "amor" e de "paz".
Não quero alinhar com o cuidado preventivo do pensamento pós-moderno que evita suscetibilizar os pecadores, por exemplo com referência à perdição eterna, ou que procuram não chocar os que têm reticências perante a Revelação escrita de Deus.
Quando louvo Deus quero fazê-lo, ainda que com pouca poesia, mas de forma explícita, completa, integral na linguagem bíblica.
Não quero louvar com linguagens pró-emotivas, carismáticas ainda que encantadoras.
Quero louvar Deus de forma afirmativa sem receio de parecer que estou a pregar, sem receio de afirmar às gentes do século XXI que estou falando em termos das "Escrituras" do século I, ou dos Reformadores do séc. XVI.
«Cantem-lhe, cantem-lhe salmos
Narrem todas as suas maravilhas !»
Salmo 105 : 2.
É urgente rever a himnologia evangélica atual.