Acabei de ler um livro bem interessante :
"A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo", de Max Weber, um sociólogo e filósofo alemão.
O livro foi escrito no início do século XX
O Dr. Pinto Barriga, de quem o meu Avô, João Coelho, mantinha em dia as contabilidades dos seus empreendimentos financeiros, ofereceu-lhe esta Obra, num gesto de amizade.
Mais tarde o meu Avô falou-me dele e recomendou-me a leitura. Andava eu na Faculdade de Letras, em Lisboa.
Não consegui obtê-lo. As Livrarias da Baixa, em Lisboa não o tinham à venda. Acabei por me desinteressar e por nem o pedir emprestado ao Avô...
Mas volta e meia, e ao longo dos anos, topava com esta Obra, em leituras que fazia.
O certo é que o livro se tornou num clássico de economia e da História da Cultura Europeia.
Há uns anos constatei que foi reeditado em Portugal pela Editora Presença, Lisboa, 2011.
Quis obtê-lo... e nada ! Esgotado rapidamente !
Foi reeditado.
Quando soube disso corri à Bertrand... De novo esgotado. Mas... com boa vontade encontraram-me ainda um exemplar numa "Bertrand" do Porto !!
Enfim, tenho-o !
E gostei de o ler.
Weber adianta, em suma, e entre outras, uma ideia simples :
As convicções, a Fé, dos cristãos reformados do séc. XVI e XVII deram força a uma mentalidade, a uma perspetiva sobre o trabalho e ganhos de dinheiro, que eram bem diferentes do que se vivia antes da Reforma Protestante, e da forma de pensar e de viver dos cristãos de confissão católica romana :
Agrada e honra Deus o trabalhar, o dedicar-se a uma profissão laboral. E o ganhar dinheiro. Mesmo enriquecer.
O cristão convicto, o crente que vive da dependência do seu Deus e do que a Bíblia lhe indica, como Norma divina que é, não faz do dinheiro e da riqueza que possa acumular uma fonte de luxúria e de ócio.
Pelo contrário, submete o que ganha à gestão e à vontade de Deus, que dirige a sua vida. E ao bem dos outros, tanto quanto possível.
Esse espírito - estranho ao catolicismo e à forma de pensar e de viver na Idade-Média, em que a marca de nobreza era o não ter de trabalhar e gozar ao máximo da riqueza que se pudesse ter acumulado, essa mentalidade de dedicação ao trabalho e ao ganho, está na base da prosperidade e das economias, por exemplo, da Holanda, da Alemanha, da Inglaterra, nos séculos XVI e XVII
Naturalmente, as análises de Max Weber são objetivas e profundas.
Noto ainda que isto não tem que ver com o "evangelho da prosperidade". Nem sequer o Max Weber era um pregador cristão.
Trata-se um comportamento cívico e social muito condicionado pelo que cada crente entende que é a forma de Deus conduzir a sua vida enquanto cidadão integrado na Sociedade.
Que é um livro que vale a pena ler, isso é !
Recebo diaramente um comentário à atualidade portuguesa do jornalista José Manuel Fernandes, intitulado OBSERVATÓRIO.
Liam-se, num texto recente desse Observatório, umas linhas interessantes sobre a eutanásia. E sobre alguém que, num jornal inglês, publicou há tempos um artigo intitulado «Why I Hop to Die at 75». A que mais alguém respondeu : «Why I Hope Not to Die at 75»; «Porque Espero Não Morrer aos 75»
Pensei deixar aqui o que penso.
Então,
«Porque espero morrer simplesmente quando Deus entender ?»
As capacidades podem declinar, claro.
Mas...
1. As emoções são mais genuínas e vibrantes.
As relações com os Outros são mais verdadeiras e fortes.
2. Há atividades específicas - umas mais simples que outras - que podem preencher-nos a vida e serem úteis a outros.
Mantêm-nos úteis.
Podem deixar marcas na vida dos outros.
3. Sendo crentes, cristãos, filhos de Deus, é maior ainda a nossa dependência de Deus nosso Pai. Porque a vida que continua a ser-nos dada é da exclusiva vontade divina.
É assim uma forma de mais interessadamente nos sentirmos gratos, e de louvarmos a Deus.
E de sermos disso - e de tudo o mais que torna viva a nossa Fé - testemunhas de Deus junto dos outros, os que mais amamos e os que simplesmente contactamos com boa disposição
Dizem-nos que 22 de fevereiro, ( amanhã ), Dia do Pensamento, tem a ver algo com Baden Powel, cristão protestante, inglês, fundador do Escutismo. Foi a partir daí que passou a ser celebrado. O que é positivo para essa Instituição Educativa.
O Pensamento é uma das qualificações que dá ao Ser humano, em exclusividade, a sua dignidade superior como Criatura de Deus.
O Homem, e a Mulher, pensam aquilo que são. São aquilo que pensam
Tornado filho de Deus por Cristo, que para isso morreu na Cruz, em Jerusalém, levando sobre si o castigo dos nossos pecados, sob a Justiça divina, investido, o Ser humano, do "Poder" de ser filho de Deus, como não terá o Pensamento uma função cimeira !
Se o Pensamento é expressão mais completa e nobre da minha existência - "cogito ergo sum", do Descartes - o que será então quando, ainda na Terra, existimos em Deus, e por Deus, como Cristãos !
A expressão - explícita, pública - do Pensamento não pode, não deve, ser reprimida, cerceada, impedida. É um direito dos mais fundamentais do Ser humano !
Mas é também ao fazê-lo que Homens e Mulheres, cultos e menos cultos, afirmam a sua própria dignidade.
O Pensamento, para muitos Seres humanos, está como que sujeito à Lei da Gravidade - cai por terra. É como se fosse pesado...
O Pensamento do Cristão é o oposto : Eleva-se. Sobe, porque é de Cima. Tomou uma natureza ascensional.
Escreveu São Paulo aos Colossenses :
«Pensem nas Coisas que são de Cima...»
( 3: 2 )
É como se lhes recomendasse de serem coerentes, de serem congruentes !
O Cristão, pelo Espírito de Deus,
«... leva cativo todo o Pensamento
à obediência de Cristo»
( 2ª Cor 10 : 5 )
Uma temática fortemente debatida na Europa.
Por cá, por terras lusas, julgo que prevalece um silêncio um tanto tímido.
E contudo, se não estamos prevenidos, as decisões vão cair sobre nós numa avalanche de progressismos errados... Um pouco como aconteceu com os "casamentos homossexuais".
Ninguém decidiu por si vir ao mundo. Ninguém tem o direito de decidir quando quer sair dele.
O direito à vida, temo-lo, por dádiva de Deus.
Aquilo que a Sociedade terá de apurar e melhorar são cuidados finais, paliativos.