A Língua é a minha Pátria !
Em que sentido ?
A Língua torna real os Valores, concretiza o Património, o cultural e tudo o resto a que pertenço, que me forma, a que devo ser o que sou, humanamente.
O que existe, não existe sem a Língua que define, identifica. É isso tudo, essa interação, que faz a Pátria.
E num certo sentido, a minha Pátria até é o Mundo, indo bem além da sentença e do conceito de Fernando Pessoa.
Sem a Língua a realidade não tem significado para mim.
Deus fez que a Língua, para nós Humanos, seja a forma de dar existência e identidade ao que é, ao que está aí.
É assim que nos distinguimos como seres humanos racionais.
Olho para as coisas e a relação que elas têm comigo faz-se na mente através da Língua.
Adão foi chamado por Deus a identificar parte do mundo que o rodeava, nomeando-o. Génesis 2 : 19, 20. Essas criaturas já existiam. Mas tomaram um nome, tomaram uma identidade.
Na Bíblia o Nome, o Nome de Deus, o Nome de Jesus, é o Ser mesmo na sua divindade que se faz real à nossa Fé e ao nosso caminhar de crentes.
«Em nenhum outro há Salvação, porque debaixo do céu nenhum outro Nome há, dado entre os homens, pelo qual possamos ser salvos»! Atos 4 : 12.
Como Cristão vou mais longe : a minha Pátria é muito para além do Universo. É todo o Mundo criado pelo meu Deus. Mais o Céu da sua Presença.
Daí que a Revelação, a Língua específica pela qual Deus nos leva a abordarmos e a conhecermos o Mundo em que vivemos pela sua Graça é de uma importância fundamental.
E é na Bíblia que essa Língua se aprende e apreende e conceptualiza !
Mas o certo é que ainda não possuímos Linguagem própria para conhecer o Céu, e o Universo Além, o Além divino.
Porque esse Mundo eterno para o qual estamos destinados ainda não nos é acessível !
Não estamos preparados para o conceber. Esperamos por ele unicamente. Pela Fé.
É a nossa Pátria futura.
E quando lá vivermos, será que precisamos de uma Linguagem ?
A Língua da Fé é a minha verdadeira Pátria. Aqui. E depois !
«(...)
Imaginemos-nos a entrar num quarto de hotel durante umas férias.
O leitor de CD que se encontra na mesa-de-cabeceira toca suavemente uma faixa do nosso disco preferido.
A gravura emoldurada por cima da cama é idêntica à que temos em casa por cima da lareira.
Abanamos a cabeça de espanto e deixamos cair as malas no chão.
Mas ficamos subitamente alerta.
Vamos ao mini-bar e verificamos assombrados que as nossas bebidas prereridas, os doces, até a água, tudo é o que nós preferimos sempre.
Fechamos o mini-bar e damos uma vista de olhos em redor.
Reparamos no livro sobre a mesa - o livro que acabou de sair, do nosso autor favorito.
Dirigimo-nos à casa de banho e os artigos de higiene pessoal estão alinhados sobre o lavatório, e a ideia que dão é que foram escolhidos precisamente para nós.
Voltamos ao quarto e ligamos a televisão : está sintonizada no canal de que mais gostamos.
O mais certo é que a cada nova descoberta neste acolhedor ambiente nos inclinemos cada vez menos a pensar que tudo não passa de uma coincidência.
Podemos interrogar-nos sobre o modo como o gerente do hotel obteve informação tão pormenorizada a nossao respeito.
Podemos maravilhar-nos com esta preparação tão meticulosa e pensar em quanto tudo isto nos irá custar.
Mas pensaremos certamente que Alguém sabia que estávamos para chegar...
"Quanto mais se examina o Universo e se estudam os pormenores da sua arquitetura - escreve o Físico Freeman Dyson - mais provas encontro de que Alguém sabia que estávamos para chegar"»
Este texto é o início de um dos capítulos do livro de Antony Flew, que acabei de ler. A. Flew é um célebre filósofo ateu que mudou de convicção já perto dos 80 anos. Uma tradução. Da Aletheia Editores. A capa do livro tem : «DEUS NÃO EXISTE», ( com o "não" riscado ). O título em inglês, de 2010 : "There is a God".
A argumentação é clássica. Mas é um volume que vale a pena ler, sobretudo os capítulo em que ele defende a sua reviravolta de 180 graus para o teísmo.
Acabei de ler um livro com este título, da Quetzal, Lisboa, editado já este ano ( 2010 ). Uma tradução.
Os seus dois autores não são cristãos. Interessam-se pelas questões do nosso tempo ( neste caso a Religião ) e pelos visto conhecem realtivamente bem suas áreas estruturantes da nossa Sociedade global, e de hoje, o Cristianismo, em especial o Protestantismo nos USA, e o Islamismo.
Por isso em termos de informação e pela sua atualidade gostei de ler este volume ( 5889 pgs ).
Pretendem os autores pôr em evidencia a maré contrária ao agnosticismo e ao ateísmo que vai avassalando o mundo global de agora, a partir mesmo da célebre década de sessenta do século XX no sentido da procura pessoal Deus, de tornar a trazer Deus como força dominante nas vidas e na Sociedade.
E quanto ao impacto e ao prestígio, em termos de cultura teológica e bíblica, em termos de erudição e competência de estudo e de pesquisa, com que o Evangelismo norte-americano se expressa em todo o mundo, e não só agora, as análises dos autores não deixam dúvidas. Embora o texto deles não transpareça - nem de longe - qualquer sentimento de agrado por isso, em muitos de nós, Evangélicos, fica um sentimento de reconhecimento.
Mas claro com "notas e teclas" aqui e ali tendenciosas quanto a certas observações sobre Israel e os Palestinianos e quanto à temática "Bíblia".
Outra coisa seria inesperada vinda de pessoas que não são nem pretendem identificar-se como cristãs.
Mas têm afirmações que me parecem acertados e concludentes.
Deixo registados os últimos parágrafos do texto :
«Atualmente mais pessoas estão a escolher ( caminhos de fé ) por si próprias, e não por opções impostas.
Os secularistas têm de reconhecer que o inimigo que "envenena tudo" não é a religião mas a união da religião com o poder.
Quanto a mim, subscrevo.
Mais uma vez um aviso / denúncia "Colson" que me chega à caixa de correio eletrónica e que acho merecer a atenção mesmo por cá no Velho Continente e no nosso cantinho ocidental luso.
É que a globalização faz desaparecer diferenças mesmo inter-continentais, e "cantinhos" imunes.
Uma Escola Cristã de Leis ( ECL ) subsidiária da Universidade de Califórnia lembrou aos seus membros / estudantes que devem subscrever a Declaração de Fé da Escola e renunciar a qualquer estilo de vida imoral, nomeadamente na área sexual.
A Universidade não gostou.
Adianta ela que esse condicionamento viola a política de permitir que todo o estudante participe nas Escola, nas Faculdades, e nas Atividades letivas que entender, no âmbito dessa Universidade.
E recusa à ECL reconhecimento legal.
O Supremo Tribunal, por uma votação de 5 contra 4 decidiu a favor da Universidade.
E isso preocupa, com razão, muita gente mesmo não cristã.
Como pode uma Escola Cristã de Leis exercer uma disciplina básica, e orientar com Princípios Morais cristãos os "quadros" que forma ? Sobretudo se vierem a ser peritos ( cristãos ), exercendo jurisprudência e aplicação de Leis ?
Isto é a corrente que impõe a Cultura atual : a privatização da Fé e da Religião, especialmente a cristã.
Cada qual perfilha-a como entender, mas na esfera privada, fora da Praça Pública e das estruturas sociais.
Nós cristãos aceitamos a não conformização do Estado com uma Religião.
Não aceitamos ser empurrados para as quatro paredes das nossas Casas, para o privado da nossa vivência particular.
Chuck Colson lança por vezes avisos que não posso deixar de registar aqui. Pelo menos a ideia/denúncia principal. A prosa e o resto das ideias são minhas, claro.
Diz ele que uma das grandes preocupações da Sociedade atual ( refere-se particularmente aos EE.UU. ) é as dos perigos da obesidade das crianças.
Gente bem conhecida anda um pouco por todo o lado pregando o "evangelho" dos almoços saudáveis nas Escolas e em Casa.
A Primeira Dama dos USA fez da obesidade infantil a sua "top priority".
Mas uma outra ameaça muito mais grave passa para um plano bem secundário e periférico nas preocupações dos que têm poder decisão. Ameaça grave porque atinge e marca o íntimo e o caráter das crianças e dos jovens, afeta as suas almas e todo o seu ser.
É a pornografia, a pornografia infantil. E naturalmente a pedofilia, ativa e agressiva.
Esta área específica ( a pedofilia ) aliás só toma lugar nos títulos de primeira página quando são casos com protagonistas de relevo social ou com vítimas mortais ou assassinadas.
A pornografia, a febre do sexo, a "obesidade sexual", está presente nos jogos de video, na música pop, na TV, e até nos telemóveis. E na Internet como se sabe. Muitos Pais fingem ignorar ou falham na sua capacidade para intervir de forma firme e drástica.
Vivemos numa Cultura egotista, superficial, do gozo imediato dos sentidos e particularmente do sexo.
A aparência e a valorização do corpo, nomeadamente o feminino, é uma preocupação obsessiva. Mistura-se isso com a ideia de liberdade e desinibição.
Esta tarde cruzei-me com uma rapariga com uma T-shirt em que se lia em grandes parangonas : "O AMOR É UM JOGO. Boa sorte". É o patamar rasteiro de um sentimento sublime !
Virtude e Valores são ideias chaguentas, passe o termo. As mulheres viciam-se no tabaco, sabendo bem que é mau. E não o escondem. Como podem elas transmitir Virtude e Valores às suas crianças e preservá-las da obesidade sexual, da tirania do sexo ?
A Bíblia tem um livro tão belo sobre o Amor entre dois seres de sexo diferente cujo título é ele próprio um serlativo hebraico : Cântico dos Cânticos.
Deus criou, na verdade, o sexo. O diabo degenerou-o numa suja, deprimente e mortal obesidade sexual. De jovens e de adultos.
Os cristão não pdem calar-se. Os Pais cristãos têm a responsabilidade enorme de estar atentos em casa. Têm de saber agir com firmeza, ainda que com amor. E sem cedência ou tolerência.
«(...)Porque os resultados de uma vida que se entrega aos seus instintos naturais são bem conhecidos : são a imoralidade e sensaulidade, são a ânsia insaciável de prazeres carnais;... os que a tais coisas se entregam nunca poderão herdar o reino de Deus». Carta de São Paulo aos Gálatas, 5 : 19 e 20. ( Versão O LIVRO )